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EÇA DE QUEIRÓS, A EUROPA E A FACULDADE DE DIREITO DE COIMBRA NO SÉCULO XIX EÇA DE QUEIRÓS, EUROPE AND THE COIMBRA FACULTY OF LAW IN THE 19th CENTURY BREVE PREFÁCIO PEDE-ME o meu prezado Colega e Amigo Doutor Rui de Figueiredo Marcos umas palavras de apresentação para o tão sólido como elegante estudo que consagrou à passagem de Eça de Queirós pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e às marcas que dessa passagem perduraram na personalidade e na obra ficcional de grande Escritor. Não tive como recusar-Ihas. Não porque fossem, na sua essência,necessárias, mas por sentir que o seu pedido nascia de uma amizade que muito prezo e à qual procuro corresponder, e sobretudo por ver que, considerando bem o seu pedido, elas representam o sinal tangível de um interesse comum pelas artes da Literatura entre colegas de tempos sucessivos, deformações cientificas diversas e de perspectivas diferentes em relação ao fenómeno da criação literária em geral e à personalidade de um dos maiores artistas da língua portuguesa, em especial. Com sóbria objectividade, reconstitui o Doutor Rui de Figueiredo Marcos, nestas belas páginas, o percurso coimbrão do jovem José Maria Eça de Queirós durante os anos de 1861 a 1866, em que frequentou o Curso Jurídico ministrado nos bancos dos Gerais conimbricenses. Mas, fugindo à tentação algo romântica (e estafada!) de cair na oposição maniqueísta entre uma visão negativa do ensino que ao tempo se praticava na nossa velha Faculdade de Leis, que o escritor, como todos os da sua geração, teria interiorizado, e a lembrança da encantada e quase fantástica Coimbra, de tão lavados ares, que respirara até trepar com a sua almejada carta de bacharel metida no famoso canudo de lata, para a viagem de regresso que o levaria à vida prática, o Autor deste estudo caracteriza com o rigor histórico a que já nos habituou o ensino que ao tempo ali se praticava, a partir dos seus fundamentos, da sua inserção no contexto da Ciência Jurídica e da Política europeias do tempo, dos textos que apoiavam e da personalidade dos lentes que concretizavam, alguns dos quais explicitamente invocados, com manifesta ternura, ora irónica ora quase lírica, pela fantasia amorável do Eça da matura idade. Isto para poder determinar o lugar e o papel do saber jurídico do Autor d' Os Maias, tanto na sua actividade profissional de diplomata como na sua obra de ficção. Para esse trabalho de pesquisa e de hermenêutica valeu-se, com certeira eficácia, do seu provado conhecimento da história do ensino do Direito na Universidade portuguesa e da sua sensibilidade aos múltiplos valores estéticos contidos no texto literário, provando, mais uma vez, que, como dizia António Ferreira vão passados cerca de quatro séculos e meio, não fazem dano as Musas aos Doutores. Vai ficando felizmente para trás a sanha convicta com que, na sequência das correntes estruturalistas, os críticos matavam impiedosamente os autores, para deixarem, isolados e mais pobres de significado poético, os textos que, em função da sua personalidade e da sua formação cultural ou estética, haviam criado. Ora é na perspectiva desta correcta conciliação de todos os factores que devem intervir no estudo da Literatura que investigações como esta do Doutor Rui de Figueiredo Marcos ganham o seu pleno alcance e significado paradigmático, ao carrearem com objectivo cuidado, todos os elementos que possam contribuir para uma melhor definição da personalidade. Não que seja defensável a sua utilização como modelo imutável de uma cópia de que resulte a obra literária ou como documento irrefutável da fundamentação biográfica ou biografista a que, por uma distorcida visão historicista, tantas vezes se reduziu no passado o estudo da Literatura. Mas pelo facto de constituírem uma espécie de armazém de matéria-prima, onde o criador pode forragear para, submetendo-a à acção da arte, da fantasia e da sua criatividade, construir a obra literária que será sempre, por muito próxima que esteja da realidade vivida, uma ficção. Por outro lado, há que pensar o conhecimento dos elementos da vida de que o criador partiu para atingir o ponto de chegada que é a obra literária permitirá uma penetração mais esclarecedora para que o crítico possa desvendar, na medida em que tal lhe seja possível, o mistério que esse trabalho de criação sempre e necessariamente implica, dando-nos por conseguinte, com uma exactidão mais visível, a verdadeira dimensão da sua qualidade, mesmo quando (ou sobretudo quando!) essa reinterpretação estética se opere pela ironia, que será sempre um dos processos mais subtis de criar arte e de que Eça de Queirós é exemplo tão perfeito. Significa tudo isto que estas páginas do Doutor Figueiredo Marcos não constituem um mero exercício de investigação erudita, fechada em si, para satisfação exclusiva do Autor e alguns, poucos, apreciadores destas nugas de um saber a que o Padre Vieira preferia chamar lembrança. Eles representam um contributo seguro e aliciante para quantos queiram conhecer melhor e mais profundamente a personalidade de um artista da palavra que, como Eça de Queirós, qual outro Ulisses errante no mar do seu próprio mundo interior, passou grande parte da sua vida numa insaciável busca de perfeição. E todos quantos estudamos, ensinamos ou simplesmente apreciamos a sedutora magia da prosa queirosiana temos de lhe estar gratos por elas. Cernache, 1 de Novembro de 2003 Aníbal Pinto de Castro
Eça de Queirós, Europe and the Coimbra Faculty of Law in the 19th century by Rui Manuel de Figueiredo Marcos is 79 pages long, and a total of 20,461 words.
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